"Ser gay não é algo para sentir vergonha", diz Demi Lovato sobre papel em "Glee"

Beatriz Amendola

Do UOL, em São Paulo

Em um hotel cercado por centenas de fãs em São Paulo, a cantora e atriz Demi Lovato falou com a imprensa em uma entrevista coletiva e, além de anunciar que fará uma turnê no Brasil em 2014, comentou sobre sua participação especial na série "Glee".

A artista, que estreia na série como Dani, a namorada de Santana (Naya Rivera), contou que já gravou dois episódios e ainda gravará mais quatro. "Estou bem animada, a série está ótima. Tenho muitos amigos que estão nela e sabia que seria divertido. Tinha vontade de voltar a atuar", acrescentou ela, que ganhou fama atuando em produções da Disney como "Camp Rock" e "Sonny With a Chance".

A orientação sexual da personagem não intimidou Demi. "Não houve hesitação em aceitar o papel. Ser gay é parte da cultura em que vivemos, não é algo para sentir vergonha", declarou. "Apenas digo que as pessoas devem acompanhar a época em que vivem. Fiquei honrada em ser uma voz para a comunidade gay e poder interpretar uma lésbica no horário nobre. Acho importante mostrar para o público que ser gay é ok. Fico feliz de ter fãs tão tolerantes".

  • Reprodução/Instagram

    Naya Rivera e Demi Lovato nos bastidores de "Glee"

Ela comentou ainda como estava o clima das gravações na primeira temporada sem Cory Monteith, que morreu em julho, aos 31 anos, vítima de uma overdose de heroína. "Já sou amiga de alguns atores há algum tempo e acho que não é da minha conta falar sobre isso, mas gostaria de dizer que todo o elenco foi muito forte. Tenho que elogiar a força deles".

Bullying e livro
Embaixadora de campanhas contra o bullying, a cantora revelou que sempre procura conscientizar seus fãs e outros jovens por já ter passado pelo mesmo problema. "Eu sofri bullying aos 12 anos e depois ouvi várias histórias de fãs sobre isso. Então, eu quis me levantar e falar que isso não é legal. É interessante defender essa mensagem, é uma oportunidade para inspirar as pessoas", declarou.

As experiências do passado de Lovato, que já sofreu distúrbios alimentares e se internou em clínicas de reabilitação, a motivaram a escrever um livro, "Staying Strong". A publicação, que deve ser lançada em novembro nos Estados Unidos, reúne 365 citações que a artista considera inspiradoras.

"O livro tem algumas citações que são minhas e outras que vão desde Aristóteles a Tupac Shakur e Nicki Minaj. Quero inspirar as pessoas e lembrar que é preciso trabalhar com você todos os dias. Por isso, o livro não é feito para ser lido de uma vez só, mas com uma citação por dia", explicou.

Turnê e participação no "Colletivation"
Nos cinco shows que fará no Brasil em 2014, Demi Lovato estará acompanhada por Cher Lloyd e pelas bandas Little Mix e Fifth Harmony, que saíram do reality musical "X Factor", do qual Demi é uma das juradas. E a opção pelas artistas femininas foi intencional, segundo a cantora: "Eu queria criar uma turnê 'girl power', que pudesse mostrar o poder das mulheres e das meninas".

Na expectativa pelo videoclipe da música "Neon Lights", que dá nome a sua turnê, Demi se mostrou animada e revelou que fará parte da direção. "Ainda não gravei o clipe, mas irei codirigi-lo. Essa é a parte mais divertida do trabalho. Espero que fique legal", disse Lovato, que se referiu à música como a "mais mainstream" do seu álbum mais recente.

A cantora ainda disse estar satisfeita com sua participação no "Coletivation", programa de entrevistas da nova MTV comandado por Fiuk e Patrick Maia. "A performance foi ótima. E foi muito bom poder sentir o carinho dos fãs", contou Demi, acrescentando que a MTV marcou sua adolescência. "Cresci vendo MTV. Eu lembro de mudar de canal escondida quando minha mãe não estava olhando. Ela só me deixava ver os videoclipes, mas eu via as outras coisas do mesmo jeito", disse, aos risos.

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