No mundo dos negócios, criar novas estratégias para vender bem seu produto e torná-lo ainda mais atrativo aos clientes é essencial – e pode trazer uma grande recompensa aos investidores. Então, porque não usar os mesmos conceitos de marketing para revolucionar a profissão mais antiga do mundo, a prostituição?

É justamente essa a ideia de Karin (Rafaella Mandelli), Luna (Juliana Schalch) e Magali (Michelle Batista), as protagonistas da série "O Negócio", que estreia neste domingo (18) na HBO, às 21h. Belas, educadas e bem vestidas, três garotas de programa de luxo de São Paulo que se cansaram de depender de agenciadores e procurar clientes em boates decidem aplicar técnicas de marketing e administração para garantir sucesso no mercado.

"São jovens lindas e sofisticadas que resolvem fazer uma revolução no setor que elas trabalham. Um setor que é uma necessidade básica, mas que não utilizava os conceitos de marketing que hoje fazem produtos bem sucedidos", explicou Luca Paiva Mello, que criou a série com Rodrigo Castilho, durante entrevista coletiva para a apresentação da produção brasileira.

O novo empreendimento das garotas passa longe de qualquer lugar comum – e das comparações a meninas como Bruna Surfistinha. "Elas são mulheres elegantes, que buscam um serviço sofisticado e exclusivo. Uma pessoa exclusiva não iria, por exemplo, colocar a foto em um site, que é uma coisa muito mais fácil", diz Rafaela, que interpreta a personagem mais empreendedora do trio.

Elegância e poder
Para fugir dos estereótipos, as atrizes tentaram se inspirar apenas nas mulheres ricas de São Paulo, já que, nas personagens, a classe social é o único traço evidente, explicou Michelle. "Elas são de classe alta e iguais a quaisquer outras, então a gente precisava conhecer esse mundo de São Paulo. Essas mulheres são elegantes. Elas vendem o próprio corpo, mas precisam ter classe".

Juliana completou a fala da colega lembrando uma dica dada pelo diretor Michel Tikhomiroff durante uma visita a uma das locações da série. "A gente estava em um escritório na [Avenida Luís Carlos] Berrini e ele apontou para o prédio da frente e disse: 'Elas estão ali'. Você desce na rua e não sabe a atividade da pessoa ao seu lado. Foi por essa linha que a gente pesquisou", contou a atriz.

Como apoio à composição das personagens e ao clima sofisticado da série, entraram em cena 189 locações paulistanas, que abrigaram elenco e equipe durante os quatro meses de filmagens. "A ideia era fazer com que essas garotas sejam percebidas como presentes por todas as partes. Elas estão nos escritórios da Berrini, em prédios executivos. E para esses conceitos se materializarem, nós precisamos trabalhar com muitas locações", contou Michel.

Sem clichês e com um tratamento elegante dedicado às cenas de nudez e sexo, "O Negócio" abordará a prostituição de uma forma não sexista, garante Luca Paiva Mello: "O público é principalmente masculino, mas o programa não precisa ter um conceito machista. Até porque são as mulheres que tomam a direção. Elas representam a mulher moderna, executiva e poderosa".

Ressaltando que foram as próprias personagens que escolheram entrar na prostituição, Rafaela acredita que a série reforça o poder de decisão das mulheres. "Essas mulheres vão atrás dos clientes. A Karin desiste do cafetão, busca a independência. Outra quer conquistar o marido e vai fazer algo para manipulá-lo a fazer o que ela quer. Acho que não prevalece o masculino nem o feminino, tem um equilíbrio". 

À parte, mas não totalmente separados dos negócios, os dramas pessoais de Karin, Luna e Magali também irão ganhar espaço durante a temporada. "Essas garotas tem o ímpeto de fazer acontecer. Elas potencializam e conquistam algumas coisas. Mas lógico que há algumas intempéries, o caminho tortuoso. Em certos momentos, elas têm de recuar e encontrar soluções", conta Juliana.

"O Negócio" terá 13 episódios com uma hora de duração. No dia da estreia, o sinal da HBO estará aberto em várias operadoras de televisão a cabo.