"Sabemos que não vamos virar o Luan Santana", diz candidato do "Ídolos"; veja os bastidores

Natália Guaratto

Do UOL, em São Paulo

  • Leandro Moraes/UOL

    28.nov.2011 Mais novo do grupo, Leonardo, de 16 anos, diz que está consciente de que a participação no "Ídolos" não o levará ao estrelato. "Mas a oportunidade de cantar na televisão duas vezes por semana vale muito a pena", diz

    28.nov.2011 Mais novo do grupo, Leonardo, de 16 anos, diz que está consciente de que a participação no "Ídolos" não o levará ao estrelato. "Mas a oportunidade de cantar na televisão duas vezes por semana vale muito a pena", diz

Viver de música é o grande sonho de Quinara, Leonardo Cavalcante, Raphael Leandro e Everton Silva, mas os quatro cantores que continuam disputando o reality show “Ídolos” não esperam ter sucesso caso ganhem o programa.

“Sabemos que não vamos virar o Luan Santana do dia para a noite”, diz Leonardo, de 16 anos. Cantor de sertanejo, ele explica que entende que a vocação do programa não é criar uma nova estrela da música. “Mas a oportunidade de cantar na televisão duas vezes por semana vale muito a pena”, completa.

  • Ser reconhecido no shopping não é ter sucesso. Não podemos nos deslumbrar com tão pouco”, diz Raphael sobre os 15 minutos de fama

Na última quarta-feira (28), a reportagem do UOL esteve na mansão onde os cantores estão em regime de semiconfinamento, no bairro do Morumbi, em São Paulo.

Animados com a presença de desconhecidos, já que, fora a produção da Record, os cantores quase não têm contato com outras pessoas, eles parecem estar gostando dos 15 minutos de fama. O grupo posa repetidamente para os fotógrafos e não recusa nenhum pedido. Fingem tocar instrumentos, pulam na cama e não se negam a dividir a intimidade, nem mesmo quando um dos câmeras pede que um deles faça a barba para um registro.

Ao falarem sobre a experiência que estão vivendo, no entanto, são cautelosos. “Ser reconhecido no shopping não é ter sucesso. Não podemos nos deslumbrar com tão pouco”, opina Raphael, de 23 anos.

O gaúcho Everton, também de 23 anos, tem opinião parecida. “Hoje me perguntaram se estar numa mansão muda alguma coisa na minha vida. Vai marcar, vou poder dizer que um dia eu passei um tempo num lugar legal, mas mudar minha personalidade ou o meu jeito de ser, não”, diz.

  • “Sucesso é uma coisa que depende do artista. Não adianta ser contratado por uma grande gravadora se você não tiver visão”, diz Quinara, única mulher que ainda disputa o "Ídolos 2012"

Única mulher e mais velha da turma, Quinara, de 24 anos, diz que nenhum cantor saído do programa se tornou um ídolo por falta de originalidade. Apelidada de “diva” por gostar de cantar músicas americanas, ela diz que está disposta a mudar a realidade dos cantores que saíram da atração. “Sucesso é uma coisa que depende do artista. Não adianta ser contratado por uma grande gravadora se você não tiver visão”, afirma ela.

Nem mesmo o prêmio de R$ 500 mil, introduzido nesta edição do “Ídolos” com o objetivo de dar ao vencedor a oportunidade de investir na própria carreira faz a cabeça dos candidatos no quesito musical. Nenhum deles está certo de que investirá o dinheiro para se lançar como cantor.

Em vez da música, os participantes têm como prioridade ajudar a família e fazer o dinheiro render. “Primeiro, vou triplicar o que eu ganhar para depois pensar em gastar”, diz Quinara, que cogita a hipótese de comprar imóveis com a quantia.

Competição
Se nos depoimentos oficiais, exibidos no “Ídolos” às terças e quintas, os candidatos gostam de repetir que são "como uma família", por trás das câmeras eles deixam escapar algumas rixas.

Kim, o participante elimando na última quinta, e Leonardo, por exemplo, reclamam que nem todo mundo age de forma verdadeira quando está sendo filmado. “Tem gente aqui que se faz de humilde”, diz Kim, sem citar nomes.

  • "A gente nota, pela reação da plateia e pelo falatório, que quem tem o público maior somos eu e o Leo e tem colegas que se incomodam com isso", diz Everton sobre o favoritismo no programa

Mas é a falta de informação sobre como são avaliados pela audiência do programa que gera os maiores conflitos. "A gente nota, pela reação da plateia e pelo falatório, que quem tem o público maior somos eu e o Leo e tem colegas que se incomodam com isso", diz Everton, espécie de queridinho da jurada Fafá de Belém.

Apesar de se considerar favorito, o sambista diz que a aprovação não é algo que o deixa confortável. “Eu tenho a responsabilidade de agradar ainda mais as pessoas”.

As apresentações ao vivo nas terças são o único termômetro que os participantes têm de sua popularidade. Na mansão, o acesso à internet e ao telefone é restrito. Todo contato com o mundo externo é vigiado por três produtores do programa, que também moram na casa.

Os temas musicais escolhidos pela produção semanalmente também são alvos de descontentamentos. Quinara diz que se sente prejudicada por preferir cantar em inglês. Em uma apresentação recente, ela cantou “A Vida do Viajante”, de Luiz Gonzaga. “Eu não conhecia a música e fiquei muito irritada com aquela sanfona. Tive que pedir uma versão mais acústica”, conta.

O fato de estar na disputa somente com meninos também incomoda Quinara. "Eu tenho uma pressão maior por ser a única mulher. Os homem têm preferência por causa das guriazinhas", afirma.

Raphael é outro candidato que se sente inseguro por conta do estilo musical que adota.  “Eu canto sertanejo, mas tem guitarra, é mais country, é um estilo diferente de Luan Santana, Michel Teló e essas coisas que rolam hoje em dia”, diz ele, que vê Leonardo, também sertanejo, como seu maior concorrente. "Pelas apresentações, eu acho que estou bem na competição, mas não me iludo. Sei que qualquer cueca que sobe no palco, as meninas gritam”, diz.

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