Famosos participam da missa de sétimo dia de Marcos Paulo em igreja na zona sul do Rio
Rodrigo Teixeira
Do UOL, no Rio
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Marcello Sá Barreto /Foto Rio News
A atriz Antonia Fontenelle, viúva do ator e diretor Marcos Paulo, chega para a missa de sétimo dia do marido (19/11/12)
A missa de sétimo dia de Marcos Paulo foi celebrada na Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, zona sul do Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (19).
Ao chegar ao local, Antônia Fontenelle, viúva do diretor, disse que está "menos pior" e que voltará ao trabalho nesta terça-feira. "[Marcos Paulo foi] Um homem de caráter, sincero, menino. Ele foi um anjo que passou em minha vida. O amor acima de qualquer coisa. A ida dele só vai deixar saudade. Hoje eu estou menos pior. Amanhã eu volto ao batente", disse aos jornalistas.
A atriz e modelo Letícia Birkheuer, que mora em São Paulo, diz que tinha uma relação de trabalho e amizade com o diretor, com quem trabalhou em "Desejo Proibido". "Não vim para o velório, mas estou aqui para dar o meu apoio a Antônia". Íris Bruzzi era uma das mais emocionadas. "O pai dele é padrinho do meu filho. Para mim, está sendo muito difícil", declarou a atriz.
Elba Ramanho, que foi à igreja para a missa das 17h30, disse que rezou por Marcos Paulo. "Todos os dias eu venho nesta igreja para a missa das 17h30. Espero que ele descanse em paz. Hoje a minha eucaristia eu dediquei a ele", disse.
Durante a celebração, que começou por volta das 19h, o ator Stênio Garcia fez uma das leituras. O autor Daniel Filho fez as preces da comunidade. Na homilia, o padre lembrou o diretor. "Tudo na vida tem uma começo um meio e uma fim, assim como em uma novela. Hoje estamos aqui rezando pelo nosso irmão Marcos Paulo", disse ele. Após a comunhão, uma mensagem da filha de Marcos Paulo com Flávia Alessandra, Giulia, foi lida pelo padrasto da menina, Otaviano Costa. A mensagem contava sobre a admiração da filha pelo pai terminava com um “eu te amo”, em alemão, palavras usadas entre eles.
Uma fã também fez uma homenagem ao ídolo ao final da missa, que terminou às 20h05 com a benção final do padre.
Para Manoel Carlos, a missa foi "emocionante". O autor disse que conhecia Marcos Paulo "desde garoto". "Ele trabalhava muito, estava fazendo um trabalho e já estava pensando em outro, sempre competente. Conheci ele garoto, ele era generoso”, disse.
O amigo Stênio Garcia contou que vai plantar uma árvore em homenagem ao ator. “Vou plantar uma Jambo em homenagem a ele, estou com saudade de falar com ele, de falar de coisas boas da vida e de tomar um bom vinho. Essas coisas que dão prazer, coisas da vida”, afirmou o ator.
Marcos Paulo morreu no último domingo vítima de embolia pulmonar. Ele se sentiu mal em Manaus, onde participava do 9º Amazonas Film Festival acompanhado de Antônia. Quando os dois retornaram ao Rio de Janeiro, na manhã de domingo, ele estava com febre. Na noite do mesmo dia, o diretor começou a passar mal. Eles começaram então os preparativos para ir ao hospital, mas ele desmaiou e morreu às 21h.
Segundo boletim médico, ele estava com a "saúde perfeita e o câncer do esôfago em total remissão", sem a presença de células cancerígenas. Marcos Paulo iniciou tratamento contra o câncer em maio de 2011, quando foi detectada a doença em um exame de rotina. Em agosto, o diretor passou por uma cirurgia para retirada do tumor e, para isso, passou 20 dias internado.
Carreira
Filho adotivo do ator, diretor, produtor e autor de TV Vicente Sesso, Marcos Paulo Simões nasceu em São Paulo no dia 1º de março de 1951 e foi criado no bairro do Bixiga, em São Paulo. Ele iniciou sua carreira artística aos cinco anos no teatro infantil e cresceu em contato com profissionais do teatro, como os atores Fernanda Montenegro, Francisco Cuoco e Sérgio Britto.
Em 1967 estreou em uma telenovela com "O Morro dos Ventos Uivantes", que foi transmitida pela TV Excelsior, de São Paulo. Nos anos seguintes ele trabalhou em folhetins da TV Record e da TV Bandeirantes, como "Ana, a Professorinha" e "Era Preciso Voltar".
Em 1970 iniciou sua carreira na TV Globo com "Pigmalião 70", quando trabalhou ao lado de Sérgio Cardoso e Tônia Carrero. Na novela "O Primeiro Amor", de Walther Negrão, Marcos Paulo, que costumava interpretar galãs, estreou como vilão, fazendo o líder de uma gangue de motociclistas.
Dois anos depois ele fez parte da história da televisão nacional com "Meu Primeiro Baile", primeiro programa gravado em cores da TV brasileira. Em 1975 ele foi escalado para trabalhar na primeira versão de uma novela que marcaria sua trajetória mais tarde, "Roque Santeiro", mas a novela foi censurada.
No teatro, atuou em “Quando as Máquinas Param" (1971), de Plínio Marcos, e "Deus lhe Pague", de Joracy Camargo. No final dos anos 1970, montou a peça "As Gralhas", de Bráulio Pedroso – pela qual recebeu o prêmio Mambembe como diretor-revelação –, e "Sinal de Vida", de Lauro César Muniz.
Em 1972 estreou no cinema em "Eu Transo... Ela Transa", de Pedro Camargo. Trabalhou nos filmes "Mais que a Terra" (1990), de Elizeu Ewald, Apolônio Brasil (2003), de Hugo Carvana, "Diário de um Novo Mundo" (2005), de Paulo Nascimento, e "Se Eu Fosse Você 2" (2009), de Daniel Filho e dirigiu“Assalto ao Banco Central” (2010).
Ele estreou como diretor em 1978, com "Dancin’ Days", de Gilberto Braga, junto de Dennis Carvalho e José Carlos Pieri. Entre as novelas que dirigiu estão “Brilhante” (1981), “Roque Santeiro” (1985), “Fera Ferida” (1993), “A Indomada” (1997), “Salsa e Merengue” (1996), “Meu Bem Querer” (1998), “Força de um Desejo” (1999), “Porto dos Milagres” (2001) “O Beijo do Vampiro” (2002). Marcos Paulo assumiu um dos núcleos de direção de programas da TV Globo em 1998.