Kristin Kreuk sentiu a diferença de cara. Desde que encerrou sua participação em "Smallville" (2001-2009), a atriz fez "Chuck" (2010) e filmes independentes como "Vampire" (2011) e "Irvine Welsh's Ecstasy" (2011), mas agora, ao assumir sua presença na série "Beauty and the Beast", que estreia nesta segunda-feira (12) no Universal Channel, às 22h, ela se tornou sua representante oficial - e, pela primeira vez na carreira, estará em quase todas as cenas e será a número 1 na lista de chamada de elenco.

"Incrível essa coisa de ser a primeira na lista de chamada", diz a atriz. "Tenho que ser informada de muita coisa que acontece; acabo conhecendo todo mundo muito bem e tenho o direito de opinar sobre o destino da minha personagem, até certo ponto, e isso é fantástico."

De certa forma, "Beauty and the Beast" se parece com o seriado de mesmo nome que foi ao ar de 1987 a 1990, estrelado por Linda Hamilton e Ron Perlman como a promotora nova-iorquina Catherine Chandler e Vincent, respectivamente. Na nova versão, Kristin é Catherine Chandler, uma policial nova-iorquina, e Jay Ryan é Vincent Keller.

A grande diferença entre a versão antiga e a nova é que agora Vincent se transforma num monstrengo à la Hulk, mas, na maior parte do tempo aparece como um cara bonitão num carro envenenado; já a fera de Perlman era assustadora o tempo todo, graças à maquiagem pesada e muitas próteses. No passado, Catherine e Vincent levaram uma eternidade para ficarem juntos; na nova encarnação, isso acontece bem mais rápido.

Do set de filmagens em Toronto, no Canadá, a atriz – que completa trinta anos em dezembro – admite que não viu a série original. "Não pude ver a primeira porque não tinha idade", explica. "Vi umas partes quando comecei a pensar em aceitar esse papel. As duas são bem diferentes entre si, mas o conceito é muito fofo. Sem contar que Linda Hamilton e Ron Perlman trabalharam superbem."

"O que eu adoro no nosso seriado é que Catherine e Vincent são duas pessoas feridas, problemáticas, mas com o amor e carinho que sentem, acabam se recuperando", ela analisa. "Um vê no outro aspectos de que não gostam muito, ou fatores que consideram indignos, mas é o que Catherine adora no Vincent e o Vincent ama na Catherine."

Kristin diz que adora a personagem. "Catherine passou por um trauma terrível, teve a mãe assassinada, mas, ao mesmo tempo, sua infância foi bem tranquila", explica. "Seus pais se davam bem, tem uma irmã, e tudo era festa até chegar à juventude, quando a mãe foi morta, ou seja, tem uma base sólida, mas, às vezes, se reprime emocionalmente, esconde sua dor e ainda tenta entender o que aconteceu."

É claro que a tragédia vai pesar, e muito, no desenrolar da trama, disso nem há dúvida - e que ninguém se surpreenda se a morte da mãe de Catherine e a sina de Vincent estiverem, de alguma forma, ligadas. "Catherine sempre conheceu a mãe como uma mulher maravilhosa, boníssima, vítima da violência, de uma injustiça terrível, e quer repará-la... nunca questionou os fatos, mas, conforme vai se aprofundando, percebe que talvez não seja bem assim. Amo o jeito dela de durona, motivada, mas ao mesmo tempo vulnerável, engraçada e sarcástica", ela conclui. "Ela tem qualidades que eu adoro."

* (Ian Spelling é jornalista freelancer em Nova York.)