Record busca estrelas para novela e programa infantil entre os candidatos do "Ídolos Kids"

Natália Guaratto

Do UOL, em São Paulo

  • Antonio Chahestian/Record

    As candidatas Laura Jordão, de 11 anos,e Lara Pereira, de 9 anos, se apresentam no palco do "Ídolo Kids" (29/10/12)

    As candidatas Laura Jordão, de 11 anos,e Lara Pereira, de 9 anos, se apresentam no palco do "Ídolo Kids" (29/10/12)

Há dois meses no ar, o reality show “Ídolos Kids”, que busca um novo cantor mirim, se tornou uma espécie de laboratório de novos talentos, de onde a Record tem planos de tirar crianças para outras atrações da casa.

A empolgação é notável nos bastidores das gravações do programa em São Paulo, onde a reportagem do UOL acompanhou a rotina dos candidatos e jurados na última segunda-feira (29).

“As crianças selecionadas este ano são incríveis, isso porque as seletivas só aconteceram em São Paulo. Imagina quando abrir para todo o Brasil?”, afirma Paulo Fedato, gerente de criação musical da Record, sugerindo que o programa terá uma nova edição em 2013.

Na esteira do SBT, que conseguiu alcançar o segundo lugar no Ibope com o remake de “Carrossel”, a Record já planeja uma nova novela infantil.  Fedato conta que o canal poderá usar crianças selecionadas no “Ídolos Kids” no folhetim “Patinho Feio”, cujo elenco será de crianças.

Além disso, existe na emissora certo desconforto por não ter uma atração própria, nos moldes do “Bom Dia & Cia”, do SBT. “Não temos nada hoje, só o Pica Pau”, brinca Fedato.

Apesar da iniciativa da Record, a corrida pela audiência infantil deve ficar ainda mais acirrada entre as emissoras, já que Silvio Santos planeja uma nova versão de “Chiquititas” e a volta do palhaço Bozo para a TV.

Considerado o jurado mais técnico da atração, o produtor musical e ex-integrante da banda adolescente Dominó, Afonso Nigro, acredita que o ídolo mirim que o programa busca pode não ser um cantor.

“A gente selecionou crianças que nem cantavam tão bem, mas que nos ganharam pelo carisma, pela estrela de ídolo mesmo”, afirmou ele, lembrando que atualmente não existe uma celebridade infantil brasileira com “pinta de ídolo”. “Tem a Maisa (Silva), mas ela é um alienígena, não uma criança”, brinca.

Crianças prodígio

  • Reprodução/Facebook

    Xodó do "Ídolos Kids", Breno Famoso posa para foto no camarim do programa com Kelly Key, Afonso Nigro e Cássio Reis

Tão prodígio quanto Maisa, que começou cantando aos três anos no “Programa do Raul Gil” e se tornou apresentadora e atriz, Breno, de 5 anos, chamou a atenção dos diretores do “Ídolos Kids” pela capacidade de improvisação.

Junto com Gustavinho, de 8 anos, o garoto foi contratado como repórter do programa, mesmo não tendo se classificado para o top 25.

Elaine da Silva Dias, mãe do garoto, lembra que em sua primeira audição, o filho surpreendeu a todos dizendo que seu nome artístico era Breno Famoso.

Apesar de se divertir nos bastidores, Breno tem mostrado preocupação com o fim do reality, que deve terminar em dezembro. “Esses dias ele falou para o pai: ‘quando o programa acabar vai ser o fim da minha carreira’”, conta Elaine, preocupada.

Decepção comove os jurados
Poucos minutos antes de subirem ao palco, Kelly Key, Afonso Nigro e João Gordo comentam justamente a dificuldade de lidar com a decepção das crianças quando elas são eliminadas.

“Sempre faço um paralelo dessas crianças com jogadores de futebol. Eles são a esperança da família”, conta Nigro.

Kelly Key, a mais emotiva do júri, conta que na fase de audições, eles chegaram a aprovar candidatos pressionados pela história familiar dos calouros. “A gente conversou depois e viu que não era legal fazer isso. Nós não estamos aqui para dar R$ 100 mil para uma deles”, disse referindo-se ao prêmio para o vencedor.

João Gordo conta que prefere evitar os candidatos depois da votação. “Esses dias eu saí correndo de um moleque que veio atrás de mim chorando. É cruel”, diz.

De fato, o momento da eliminação que não vai ao ar para o público, é dramático. As crianças não sobem ao palco para saber o resultado da votação da plateia e do júri e ficam o tempo todo ao lado de um familiar.

Ao saberem que não foram aprovados, a choradeira é geral. O desespero é acompanhado pelos pais e pela equipe do programa, que tentam, frustrantemente, consolar as crianças, incentivando-os a não desistirem da carreira artística.

"Quando elas ficam mais calmas, eu costumo ir lá conversar, quando cabe, dou um toque mais técnico, mas o importante é elas saberem que essa não é a primeira porta que se fecha”, diz Nigro.

 

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