Responsável por transformar atores em zumbis em “The Walking Dead”, Greg Nicotero, diretor de efeitos especiais, explicou em entrevista publicada pela CNN nesta sexta (12), como ele cria zumbis realistas para a série, que chega a sua terceira temporada neste sábado.

“Existem três aspectos chaves sobre o programa. Eu já fiz muitos filmes com zumbis e é necessário um equilíbrio delicado para criar bons monstros, bons personagens e uma boa história”, explica Nicotero, que trabalhou pela primeira vez com o universo zumbi no longa “Day Of The Dead”, na década de 80, quando decidiu se especializar em filmes com mortos vivos.

“Nós demoramos cerca de 1h30 para fazer cada personagem. Todos usam lentes de contatos e têm dentaduras customizadas. Gostamos de fazer alguns zumbis mais podres do que outros. Tudo depende do personagem e o do que queremos fazer de diferente naquele dia”, comenta.

O set de “The Walking Dead” fica na cidade de Senoia, na Georgia, onde Nicotero trabalha com a ajuda de mais quatro maquiadores contratados pela série da AMC e alguns freelancers.

“Às vezes temos somente seis ou sete zumbis e podemos gastar mais tempo com eles, maquiando um aspecto de decomposição maior. Mas tem dias que temos 60 ou 70 personagens. Nesse caso, nossos maquiadores se tornam heróis. Só usamos sombras nos rostos dos personagens que não vão ficar tão perto da câmera, apenas para mostrar que estão mortos, e destacamos um ou outro figurante com ajuda de efeitos especiais tecnológicos”, explica.

Atualmente, a produção de “The Walking Dead” faz workshops e audições na chamada “Zombie School”, onde eles geralmente fazem de 150 a 200 audições por temporada. Nicotero diz que a escolha é baseada em duas características principais: aparência e performance.

“Nós temos uma estética visual que é realmente importante de manter. Geralmente contratamos pessoas mais magras com um tipo de estrutura óssea específica, que pode ser usada a favor da maquiagem zumbi”, diz. “O segundo ponto é que o ator tem que realmente trazer o zumbi à vida. É muito importante que os mortos vivos pareçam genuínos e autênticos.”

O maquiador diz que cada vez que ele assiste um episódio, pensa como pode tornar os zumbis mais assustadores e realistas. “É desafiador, principalmente quando você precisa mostrar emoção, como no caso da personagem Sophia. Ela precisa ser reconhecida e ter um aspecto empático. Quando você olha esses zumbis você se sente alguma emoção por eles. Não são só monstros comedores de carne. Eles são símbolo de uma humanidade que existiu”.