A partir da próxima segunda-feira (10), Lázaro Ramos volta à TV na pele do barbeiro Zé Maria, de “Lado a Lado”. Paralelamente ao trabalho na barbearia, o personagem é um habilidoso capoeirista, que se envolve em inúmeras confusões e injustiças por conta da capoeira – prática que na época era sinônimo de bandidagem e proibida por lei. “Ele é o herói do povo, o homem simples, o homem comum”, contou o ator.

Para encarnar o capoeirista no folhetim que se passa no início do século XX, Lázaro reforçou as aulas do esporte com o mestre Cocoroca. “A gente ensaia toda semana”, afirmou ele, explicando que as cenas também contam com efeitos especiais. “Passamos 15 dias no Maranhão. Lá gravamos a maioria das cenas de capoeira no centro histórico. E agora gravamos aqui no Projac [complexo de estúdios da Globo], que tem duas cidades cenográficas: uma que é o Morro da Providência e a outra que é a Avenida Rio Branco”, acrescentou.

Além de simples, Lázaro adiantou que ao contrário do mulherengo André – papel que interpretou em “Insensato Coração” em 2011 –, Zé Maria é homem de uma mulher só. No caso da novela, ele será apaixonado por Isabel (Camila Pitanga). “Ele é um homem monogâmico, um apaixonado à moda antiga”, afirmou. O ator elogiou o fato de estar fazendo par romântico novamente com Camila, que deu vida à personagem Carol em “Insensato”. “É um reencontro. A Camila é uma amiga e atriz que admiro muito. Meu núcleo está muito bom: tem Milton Gonçalves, Sheron Menezzes, Zezeh Barbosa. Se pudesse levaria Zezeh para casa e ficaria conversando com ela. Estou apaixonado”, disse, aos risos.

A novela marca a estreia do ator em folhetins de época. "Por incrível que pareça, nunca fiz nada de época. Ainda mais uma época que tem tantas possibilidades dramatúrgicas, que nunca foram exploradas em uma novela”, elogiou ele, que assistiu a palestras oferecidas pela produção da novela, como a do historiador Eduardo Bueno. Lázaro também tem consultado muito sobre o período em que a trama se passa com o sociólogo Muniz Sodré. "Tem a Revolta da Chibata, a Revolta da Vacina...", exemplificou.

Lázaro contou que para viver Zé Maria também aprendeu a lidar com navalha e fez aulas de dança com Jaime Arôxa. “Aprendemos as coreografias do samba. E é muito bacana porque como a gente está falando da capoeira e do samba num momento em que eles ainda não tinham uma identidade muito firmada, a gente está usando a nossa criatividade para entender o que seria esse início da capoeira e esse início do samba. Estamos criando alguma coisa também. É um estilo que não é um samba que virou aquele samba da Avenida, nem o samba de cozinha, nem o samba de roda. É uma junção disso tudo”, definiu.

Casado com a atriz Taís Araújo, a Penha de “Cheias de Charme”, Lázaro garantiu que embora tenha voltado ao batente, ainda tem tido tempo para se dedicar a João Vicente, filho do casal de apenas um ano. “Sou um pai muito presente. Procuro seguir o modelo da paternidade responsável, mesmo porque tive um pai que foi assim. Quando penso quem é o melhor exemplo que tenho na vida penso em meu pai. Um cara responsável, que saiu de uma cidade pequena, se formou, me deu a melhor educação possível. E ele sempre foi um cara muito presente. Espero ser esse pai também”, disse.