Avenida Brasil

Thiago Martins diz que "seria bacana se Leandro e Roni se envolvessem" em "Avenida Brasil"

Renato Damião

Do UOL, no Rio

  • Ricardo Leal/ UOL

    Thiago Martins posa para o UOL no Mirante do Leblon, zona sul do Rio (17/7/12)

    Thiago Martins posa para o UOL no Mirante do Leblon, zona sul do Rio (17/7/12)

Thiago Martins chegou no Mirante do Leblon, ponto turístico localizado na zona sul do Rio, pilotando sua moto. Logo após tirar o capacete o ator, de 23 anos, foi abordado por um grupo de fãs. Durante todo o tempo em que ele esteve com a reportagem do UOL na tarde desta terça (17), a cena se repetiu. Meninas e meninos pediam para tirar foto com o Leandro, o jogador de futebol que interpreta em "Avenida Brasil".

Na trama da Rede Globo, Leandro atualmente vive um triângulo amoroso envolvendo o amigo Roni (Daniel Rocha) e a periguete Suelen (Isis Valverde). "O Leandro é louco pela Suelen e eu torço para que eles fiquem juntos, mas seria muito bacana se ele e o Roni se envolvessem, em uma novela do João [Emanuel Carneiro] tudo pode acontecer", torceu Thiago. Quanto ao assédio, ele ainda é reticente: "Já me acostumei, mas era um pouco assustador no início", confessou ele que aos seis anos começou a fazer teatro no grupo Nós do Morro,  criado na favela do Vidigal, onde Thiago mora até hoje com a mãe  e o irmão.

"Já poderia ter saído daqui, mas me identifico muito com essa favela. É meu porto seguro. O Vidigal não deixa eu me deslumbrar", explicou o ator que namora a atriz Paloma Bernardi, com quem contracenou em "Insensato Coração". Ao final de "Avenida Brasil", Thiago já está comprometido com a cinebiografia do lutador de kickboxing Fábio Leão, dirigido por Paulo Thiago. "Já estou com o roteiro. Vou precisar emagrecer muito e a lutar. Quero conversar com o Fábio", adiantou o artista que também é músico e tem feito shows pelo Brasil com o Trio Ternura, grupo musical que considera “um liquidificador musical e social".

"Nosso propósito é fazer um grande festa e tocar para todas as classes. Nos shows vamos de Djavan a Backstreet Boys. Estou até fazendo coreografias, sou fã desde moleque, queria ser o Nick [Carter]", contou Thiago aos risos.

Leia a entrevista completa com Thiago Martins

  • Ricardo Leal/UOL

UOL – Antes de “Avenida Brasil’, você já havia mostrado intimidade com o futebol no filme “Show de Bola”. Está sendo fácil interpretar um jogador?
Thiago Martins – Está sendo prazeroso ao extremo gravar as cenas de futebol. Eu estou vivendo muito o mundo do futebol. Tenho amigos jogadores como Vagner Love, o Elano e o Ronaldinho Gaúcho. Me espelho neles para fazer o Leandro. Sempre tive o sonho de ser jogador, até hoje eu brinco dizendo que vou largar tudo para jogar bola. [Risos]

Os jogadores de futebol são frequentemente associados a festas envolvendo muitas mulheres, mas o Leandro se apaixonou logo pela Suelen (Isis Valverde), a maior periguete do Divino...
Alguns amigos meus já se apaixonaram pela periguete e hoje vivem felizes com elas. Elas deixaram de ser periguetes. Eu construí o Leandro baseado nisso. Eu acho que é possível ser feliz com a periguete e torço para que o Leandro tenha um final feliz com a Suelen.

Em “Insensato Coração” você interpretou o Vinícius, um homofóbico, agora você interpreta um cara que é o objeto de desejo do suposto amigo gay...
Estou achando isso ótimo.  O Leandro é louco pela Suelen e eu torço para que eles fiquem juntos, mas seria muito bacana se ele e o Roni se envolvessem. Em uma novela do João [Emanuel Carneiro] tudo pode acontecer.

Seria uma boa maneira de se perdoar pelas vilanias do Vinícius?
Olha, eu já me perdoei pelo o que o Vinícius fazia.[Risos] “Insensato Coração” foi um presente enviado por Deus pelas mãos do Gilberto [Braga] e do Denis [Carvalho]. Por causa da novela muitas questões importantes relacionadas a homofobia foram debatidas, essa foi a maior recompensa de ter feito o personagem.

Você ainda recebe muita repercussão do público gay?
Tenho amigos gays e eles me ajudaram muito na época me informando sobre questões dos diretos dos gays, depois fui chamado para participar de passeatas gays. Eu quero muito interpretar um gay no cinema.

Ricardo Leal/UOL
O Leandro é louco pela Suelen e eu torço para que eles fiquem juntos, mas seria muito bacana se ele e o Roni se envolvessem

sobre paixão de Roni por Leandro

Você acha que se caso o Roni (Daniel Rocha) saia mesmo do armário, o Leandro vai continuar amigo dele?
Acho que o Leandro vai estranhar um pouco, deve ficar com um pé atrás. O Leandro é um cara mais matuto, mas acho que o sentimento de amizade vai falar mais alto.

O núcleo do Divino parece ter encontrado uma ótima química. Você já conhecia os outros atores? Como está sendo esse convívio?
O clima é maravilhoso mesmo. O Daniel Rocha está na primeira novela dele e traz essa ansiedade, esse frescor que é muito bacana para nossas cenas, além de ser um cara muito dedicado, sem pudores. O Bruno [Gissoni] é um parceirão, zen, tranquilo. O [José] Loreto já era um irmão e o Otávio Augusto é um grande professor. E tem a Isis [Valverde], uma linda mulher, uma linda atriz e uma amiga muito generosa.

Além de “Avenida Brasil”, você também se dedica aos shows do Trio Ternura, grupo que divide com os músicos Jhama e Dhum Neves. Vocês tem projeto de lançar um álbum?
Já temos um álbum gravado, só falta lançar. As músicas são do Jhama e algumas minhas também, mas quero esperar passar a novela.

  • Ricardo Leal/UOL

    O ator Thiago Martins vive o jogador de futebol Leandro em "Avenida Brasil" (17/7/12)

Nos shows do Trio Ternura vocês cantam ritmos e estilos variados. De Djavan a Exaltasamba...
Eu digo que nós somos um liquidificador musical e social. Queremos agregar estilos diferentes e classes diferentes em nossos shows. Nós queremos é passar alegria, nesse quesito acho que olhamos muito para a Ivete Sangalo, mas estamos cantando até Backstreet Boys. Estou fazendo até coreografias, sou fã da banda desde moleque, queria ser o Nick [Carter]. [Risos]

Você ainda mora no Vidigal com a sua mãe e seu irmão. É uma escolha?
Continuo morando no Vidigal. Já poderia ter saído, mas me identifico muito com essa favela.  É meu porto seguro.  O Vidigal não deixa eu me deslumbrar. Lá dentro tenho minha privacidade, meus amigos, minha família, meu grupo de teatro. O Micael [Borges] cresceu no mesmo beco que eu. Hoje ver o Micael ganhar um CD de platina com “Rebelde” é muito gratificante. Nunca perdi amigo para o tráfico.

Atualmente você namora a Paloma Bernardi, com quem você contracenou em “Insensato Coração”. Como você lida com o assédio da imprensa?
Acho normal, eu namoro uma atriz e ela um ator. Somos pessoas públicas e as pessoas querem saber, mas minha vida continua sendo muito discreta.

Ricardo Leal/UOL
Já poderia ter saído, mas me identifico muito com essa favela. É meu porto seguro. O Vidigal não deixa eu me deslumbrar

sobre morar na favela do Vidigal

Mas hoje você parou diversas vezes para tirar fotos. Já se acostumou?
Já acostumei, era um pouco assustador no início, mais pela falta de privacidade do que pelo assédio em si. Eu cresci dentro de uma comunidade onde todo mundo me chama de Thiaguinho. Não quero ser reconhecido por ser um símbolo sexual, ou algo do tipo, mas pelo que construí na minha carreira.

Depois de “Cidade de Deus” sua carreira tomou grande proporção. O filme está fazendo 10 anos, ainda é um marco para você?
Para mim o filme é um marco do cinema mundial. Como ator foi muito importante ter feito, é muito bom olhar para todo mundo que saiu do filme e ainda está trabalhando como o Seu Jorge, a Alice Braga.

Já existe algum novo projeto para o cinema?
Vou fazer a cinebiografia do Fábio Leão, um lutador de kickboxing que tem uma história incrível. O filme vai ser dirigido pelo Paulo Thiago. Estou com o roteiro nas mãos, vou precisar emagrecer muito e aprender a lutar. Quero conversar com o Fábio também.

E o mercado do cinema internacional. Existe esse sonho?
Há algum tempo recebi uma proposta para fazer um filme fora do Brasil. Pretendo passar seis meses fora, estudar inglês e interpretação. Meu irmão diz que o Brasil é pequeno para o que ele quer para a minha carreira. Quem sabe não dá certo?


 

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