Com um ano de atraso, "Suits" chega ao Brasil para revelar bastidores do mundo corporativo

Alessandro Giannini

Do UOL, em São Paulo

  • Divulgação/Space

    Gabriel Macht é o veterano Harvey Specter e Patrick J. Thomas seu pupilo Mike Ross em "Suits"

    Gabriel Macht é o veterano Harvey Specter e Patrick J. Thomas seu pupilo Mike Ross em "Suits"

Pródigos em séries de televisão forenses, aquelas que lidam com advogados e os processos do sistema judicial, os americanos parecem ter esgotado todas as suas possibilidades apenas com "Lei & Ordem" e seus vários subprodutos, boa parte deles perenes e entre os mais assistidos no país. No entanto, os caminhos e limites da criatividade são mais elásticos do que se pode imaginar. "Suits", que o canal de TV por assinatura Space estreia nesta quarta (4), às 21h, comprova que há terrenos ainda inexplorados pela teledramaturgia.

Criado por Aaron Korsh ("Everybody Loves Raymond") e co-produzido pelo cineasta Doug Liman (trilogia "Bourne"), "Suits" tem como principal cenário o escritório de advocacia Pearson & Hardman, um dos mais importantes e bem conceituados de Nova York. Especializado em processos e ações corporativas, a empresa é um microcosmo desse mundo regido pela competição exagerada e habitado por pessoas que se escondem atrás de uma capa de arrogância e são extremamente ambíguas. Os personagens principais do enredo são o garoto prodígio Mike Ross (Patrick J. Adams) e o veterano Harvey Specter (Gabriel Macht).

No primeiro episódio especial de 90 minutos, Ross, um jovem brilhante que desistiu da faculdade, entra por acaso em uma entrevista de emprego com Specter, um dos melhores negociadores legais de Nova York. Cansado dos pedantes advogados egressos de Harvard, o veterano aposta na contratação do rapaz depois que reconhece seu talento e memória fotográfica. É uma aposta arriscada, já que, como norma, a empresa só contrata profissionais formados pela vetusta universidade americana.

Com uma boa dose de humor, a série se equilibra na tensão entre o idealismo ingênuo do jovem Ross e a postura agressiva do experiente Specter. Não se trata de conflito geracional, mas da constatação de que, em certas situações, dadas as condições de temperatura e pressão, os fins realmente justificam os meios.

Em torno de Ross e Specter gravitam outros personagens: a assistente Rachel (Meghan Markle), a secretária Donna (Sarah Rafferty), a sócia Jessica (Gina Torres) e o sócio júnior Louis (Rick Hoffman). Em diferentes graus, eles funcionam como alívio cômico ou catalizador dramático na relaçao entre o aprendiz e seu mentor.

Repercussão

"Suits" estreou nos EUA em 23 de junho de 2011, no canal de televisão a cabo USA Network, com uma grande divisão entre os críticos. Ginia Bellafante, do "New York Times", escreveu: "'Suits', uma nova série sobre advogados que começa na quinta-feira pelo USA, surge da erupção de um Monte Vesúvio de absurdos, e ainda assim, como quase tudo na programação da emissora, chega com boas armas, não somente por saber que é divertida, mas sobretudo por acreditar na viabilidade da renovação".

Robert Blanco, do "USA Today", por sua vez, foi mais agressivo: "Você pode estar disposto a ignorar as falhas estruturais do programa se os casos em si fossem descontroladamente convincentes, mas, infelizmente, eles são evidentemente ruins em uma série equivocada".

Com média de apenas 6,3 milhões de espectadores nos EUA, a série foi renovada em agosto de 2011, um mês antes do final da primeira temporada. A segunda, com 16 episódios, estreou no país no dia 14 de junho e está no terceiro segmento. 

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