Novos personagens acirram batalha pelo poder em "Game of Thrones"

Chico Fireman

Especial para o UOL

Duas certezas ficam depois do episódio de estreia da segunda temporada de “Game of Thrones”, que teve première mundial neste domingo: a guerra pelo poder está apenas começando e o rei Joffrey parece ser o grande vilão da TV neste ano. Mérito não apenas do roteiro, mas da qualidade da interpretação de Jack Gleeson, que transforma a perversidade quase cartunesca do monarca teen em maldade palpável.


O capítulo de reestreia da série acerta ao reapresentar todos os personagens centrais, lançando chamas entre os clãs e indicando que a guerra pelo poder terá mais frentes de batalha do que os telespectadores imaginavam. O surgimento de um novo núcleo, liderado pelo irmão do rei morto, Stannis Baratheon, com o apoio da assustadora sacerdotisa Melisandre de Asshai --interpretada pela ótima Carice Van Houten, do filme “A Espiã”-- acirra a disputa pelo trono.

Ela é a mais interessante dos novos personagens, que ajudam a reaquecer o interesse pela série, colocando mais um obstáculo no meio do embate principal entre os clãs dos Stark e dos Lannister. Por sinal, a nova família real deve concentrar a maior parte das intrigas palacianas, fortaleza e mérito maior da série, já que os personagens nunca parecem estar do mesmo lado.

A chegada de Tyrion Lannister à capital e seu confronto com a irmã, a rainha Cersei, foi um dos momentos altos do episódio. Peter Dinklage, intérprete do personagem e vencedor do Emmy e do Globo de Ouro, valoriza cada palavra do texto. A rainha ainda protagonizou duas cenas importantes: os diálogos nada amistosos com o filho Joffrey e com sir Petyr Baelish. Cenas tão bem escritas que esconderam a canastrice de Lena Headley. 

O capítulo deixa claro que a excelente primeira temporada só fez bagunçar o coreto nos Sete Reinos. A ausência do protagonista Eddard Stark, que se despediu da série numa das cenas mais chocantes na TV no ano passado,  multiplicou a importância dos outros personagens. Jon Snow, Arya Stark e Renly Baratheon, que não apareceu nesse episódio, devem crescer dentro da série.

Já a personagem de Emilia Clark, Daenerys Targaryen, agora líder suprema dos Dothraki, deve continuar sua sina de pária por mais alguns episódios. Seus três “filhotes”, que podem mudar o rumo da série, mal bateram as asas no episódio.

Essa temporada, de acordo com o projeto inicial da HBO, será baseada no segundo livro da série “As Crônicas de Gelo e Fogo”, que recebeu no Brasil o título de “A Fúria dos Reis”. O fenômeno de “Game of Thrones” não se deve unicamente ao universo que a série apresenta, uma espécie de “fantástico com o pé no chão”, mas principalmente à qualidade do texto do autor dos livros, George R.R. Martin, que emprestou um quê shakespeariano à fantasia épica, tornando a disputa por um trono tão ou mais interessante do que dragões e fantasmas assassinos do gelo. Uma mistura rara e acertada.

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