Com Hugo, de "Lost", no elenco, a série "Alcatraz" precisa de ajustes para alavancar potencial de sucesso

Alessandro Giannini*

Do UOL, em São Paulo

Realidades paralelas e teorias de conspiração são os dois principais ingredientes de "Alcatraz", série dos criadores de "Lost" que estreou nesta segunda (23), no canal de TV por assinatura Warner Channel. O programa, que traz no elenco a novata Sarah Jones, Jorge Garcia (o Hugo de "Lost") e o veterano Sam Neill ("Parque dos Dinossauros"), foi lançado no dia 16 nos Estados Unidos e atraiu a atenção de cerca de 10 millhões de espectadores - boa marca para um piloto duplo. No Brasil, o segundo episódio será exibido no dia 30 de janeiro.

Produzido por J.J. Abrams, "Alcatraz" se valeu da aura de "gênio da raça" do produtor e do sucesso de suas criações na TV e no cinema para alavancar a boa audiência na estreia americana da série. No entanto, será difícil mantê-la se não forem feitos alguns ajustes no arco mais amplo da trama. Especialmente no que diz respeito à protagonista, Rebecca (Jones), uma jovem e impetuosa detetive que se envolve na investigação do misterioso reaparecimento de prisioneiros da famigerada penitenciária desativada em 1963. Sua relação com um dos desaparecidos estabelece o "furo" na história.

Tudo começa quando Rebecca se depara com um caso de homicídio em que as digitais batem com as de um antigo detento de Alcatraz, morto décadas antes. Ela passa a se interessar pelo assunto e conhece o agente do governo Emerson Hauser (Neill), que a princípio tenta boicotá-la, mas acaba convidando-a para integrar sua equipe. O Dr. Diego “Doc” Soto (Garcia), um nerd com PhD em História e um livro sobre a penitenciária, torna-se parceiro dela na investigação. A dupla descobre que o ex-presidiário não apenas continua vivo, como também não envelheceu nada desde seu desaparecimento.

O ingrediente sobrenatural de "Alcatraz" parece seguir uma tendência cristalizada na TV americana pelos próprios criadores da série a partir de "Lost", "Fringe" e "Person of Interest". É uma grande sacada, principalmente porque, segundo a premissa estabelecida no piloto, 302 pessoas, entre prisioneiros e guardas penitenciários, desapareceram após a desativação da prisão sem deixar evidências que possam ser confirmadas. É material rico para desenvolver os episódios seguintes - há 13 produzidos até agora. Só resta saber se eles conseguirão manter unidade, consistência e coerência nos próximos segmentos.

* Colaborou Dulce Rosell


"ALCATRAZ"
Onde: Warner Channel
Quando: Segundas, às 22h
Como: Episódios legendados

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