"Dustin Hoffman e Ricardo Macchi viraram amigos de infância", brinca Fernando Meirelles sobre comercial de carro

CAROLINA HIGA

Da Redação

Ricardo Macchi e Dustin Hoffman, astros de uma propaganda da montadora de carros Fiat na televisão, nunca se encontraram na vida real. Apesar de contracenarem lado a lado no comercial, que faz piada com as críticas que Macchi recebia 16 anos atrás pela suposta má atuação na novela “Explode Coração”, os atores gravaram suas partes separadamente no vídeo que foi produzido pela produtora O2. A revelação foi feita pelo cineasta Fernando Meirelles, em entrevista bem humorada ao UOL Entretenimento.

  • Propaganda da Fiat dirigida por Fernando Meirelles, com Ricardo Macchi e Dustin Hoffman,

“Dustin Hoffman foi rodado em Los Angeles, em final de junho, num fundo verde. O Macchi em São Paulo no meio de julho, contra uma lona cinza. Em final de julho colocamos os dois juntos, mas o Macchi pediu para dizer que na verdade ele foi para Los Angeles, ficou muito amigo do Dustin, que pediu seu autógrafo e quis tirar uma foto junto”, brinca o diretor. “Eles saíram para jantar, viraram amigos de infância e agora estão pensando em fazer um projeto juntos onde ele não será um personagem vindo da Estônia.”

Meirelles elogiou a ideia do filme e que fez o mínimo para deixar o que interessava aparecer. “O filme não tem nada, só um cara grande com uma atuação ruim e um baixinho muito bom. Ficou forte pelo conceito criado pela Leo Burnet”, afirmou, acrescentando que conheceu Dustin Hoffman quando o convite já havia sido feito e, portanto, não viu sua reação ao saber que haveria referência à sua altura [O ator tem 1,66 m de acordo com o IMDB], mas acredita “que o monte de zeros em seu cachê o ajudou a aceitar fazer o filme”.

“Ele sabia do que se tratava e achou engraçado. Gente inteligente, em geral, sabe rir de si própria”, afirmou.

Gente inteligente, em geral, sabe rir de si própria.

Fernando Meirelles, diretor, em entrevista ao UOL Entretenimento

Sobre Ricardo Macchi, Meirelles faz piada com uma frase da série “Som e Fúria”: “A maior virtude dos sem talentos é a constância”, mas afirma que o brasileiro fez o “trabalho muito bem, sabia o que precisava fazer e a cada tomada se superava”.

Em entrevista ao UOL Entretenimento por e-mail [o ator não quis fazer a entrevista por telefone], Ricardo Macchi falou que a “campanha é uma grande comédia” e elogiou a direção de Fernando Meirelles. Disse que fez “exatamente o que ele pediu, várias versões do texto, criei um personagem, como sempre, e fiz o meu trabalho.”

Macchi disse que está “acostumado com popularidade, dou autógrafos e tiro fotos com pessoas nas ruas diariamente desde 1995”, ao ser questionado sobre o que as pessoas estão lhe falando nas ruas sobre o comercial.

O ator afirma que não fica chateado com as crítica feitas a ele na época em que interpretou o cigano Igor em “Explode Coração”, mas que “fica impressionado com a má vontade e a falta de senso crítico” ao seu primeiro papel em novelas. Ele cita Paul Newman, criticado após seu primeiro filme, e a volta de John Travolta ao sucesso após atuar em “Pulp Fiction”.

Não preciso de muito dinheiro, nem da mídia puxando meu saco!

Ricardo Macchi, ator, em entrevista ao UOL Entretenimento

“A mídia precisa do ‘bom e do ruim’ a igreja precisa de ‘Deus e do Diabo’... Me magoa o fato de comparações tão absurdas ...Meu Deus já passou 16 anos... (...) Me orgulho muito da minha vida , do que eu passei e não arrependo de nada! Aguentaria tudo de novo  com resignação igual... (...) Não preciso de muito dinheiro, nem da mídia puxando meu saco!”, disse o ator.

Longe da TV após o fim da novela “Os Mutantes – Caminhos do Coração”, em 2008, a campanha deu certa publicidade para Ricardo Macchi. O ator estreou na TV na novela “Explode Coração”, em 1995, como o cigano Igor, em que atuou ao lado de Teresa Seiblitz e Edson Celulari. Ele participou também da segunda edição do reality show “Casa dos Artistas”, em 2002.

O ator também produz documentários de responsabilidade social e, em 2010, recebeu o Troféu JK de empreendedor da década pelo trabalho.

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