Stella Freitas se diverte com a secretária Virgínia de "Ribeirão do Tempo"

PopTevê

  • Jorge Rodrigues Jorge/CZN

    A atriz Stella Freitas (5/3/2011)

    A atriz Stella Freitas (5/3/2011)

Tipos cômicos marcaram a carreira de Stella Freitas. Com mais de 30 anos na televisão, a atriz não esconde o quanto se sente à vontade no humor. E isso fica ainda mais claro ao falar de Virgínia, de "Ribeirão do Tempo". Ela avalia sua personagem depois de ficar quase um ano no ar. "Toda novela na Record é estendida. Essa começamos muito antes e estamos trabalhando há muito tempo sem férias. É muito trabalhoso. Fazer novela é como decorar uma peça por semana", conta. O ritmo acelerado da televisão afasta a atriz de outras de suas paixões: o cinema e o teatro. Para ela, transitar entre os diferentes veículos é essencial para seu trabalho como atriz. "Teatro é onde passei mais horas da minha vida e é lá que a gente aprende. O cinema é outra linguagem, muito bonita e com um cuidado maior. Fazer os dois mais a TV dá jogo de cintura para qualquer trabalho", analisa.

  • Divulgação/Record

    Stella Freitas e André De Biase durante gravação de "Ribeirão do Tempo" (29/9/10)

Você está há quase um ano no ar como a Virgínia. O que mais te interessa nesse papel?
É uma personagem que fui descobrindo aos poucos e se tornou muito gostosa de fazer. Ela é cômica, mas tem o lado dramático, conflitos em casa, problemas com a filha. Existem personagens que são muito bons ou muito maus, a Virgínia não. É muito bom brincar disso, colocar no personagem coisas que vejo em pessoas nas ruas, nos meus pais e até minhas. Fazer essa alquimia é o que mais me agrada.

A sua carreira é recheada de personagens engraçados. Você se sente mais à vontade trabalhando com comédia?
É o que eu mais gosto de fazer. Mas não foi algo que escolhi, foi um caminho natural. A gente não escolhe muito na vida, a vida é que escolhe pra gente. A primeira vez que riram de mim, ainda estava estudando teatro fazendo a peça, "Boca de Ouro", de Nelson Rodrigues. A minha personagem era séria e eu estava aos prantos chorando no palco. Pensei "eu to chorando e as pessoas estão rindo?". Descobri que quanto mais sério você faz, mas engraçado fica. Nunca faço graça, faço para valer, as pessoas é que riem.

"Ribeirão do Tempo" é sua 11ª novela, além de outras participações na televisão. Depois de 33 anos de carreira, que diferenças você sente na dramaturgia?
A novela de hoje é muito mais rica. Tem movimento, cenas externas e efeitos especiais, mas a cada dia fica pior para fazer. Acho uma loucura fazer uma novela, quanto mais tecnologia e parafernália de recursos, mais a gente trabalha. Em vez de facilitar, só piora. Antigamente era em um estúdio e se tivesse de ser um deserto era ali mesmo e todo mundo acreditava. Agora tem de ir para Paris, São Paulo e explodir avião para as pessoas acreditarem. Com a reprise de "Vale Tudo" no Canal Viva, a gente percebe que o que precisa para se fazer uma boa novela são bons atores, bom texto e boa direção.

Você também é diretora teatral. Nunca pensou em dirigir na televisão?
Nunca. Acho televisão uma fábrica de maluco. Dirigir na TV é uma coisa para macho e jovens (risos). Eu não agüentaria. Como atriz já acho um ritmo muito pesado. É uma atividade maravilhosa, dá para fazer uma grande carreira, mas não admiro nem um pouco o tipo de trabalho que se tem de fazer. Como ter de trabalhar sob um sol a pino na cidade cenográfica. Eu já não estou quase aguentando, acho que novela deveria ser menor.

(Por Natalia Palmeira)

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