No ar em "Araguaia", Eduardo Coutinho avalia o desempenho de seu personagem na trama

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  • Pedro Paulo Rodrigues/CZN

    O ator Eduardo Coutinho (1/2/2011)

    O ator Eduardo Coutinho (1/2/2011)

Para Eduardo Coutinho, o personagem doutor Ricardo, interpretado por ele em "Araguaia", é o resultado de diversas observações, estudos técnicos e literários. "Li 'Grande Sertão: Veredas'. Guimarães Rosa trabalha muito a questão da essência. Assim como na novela, em que a fictícia localidade de Girassol é um lugar muito simples e com valores bem enraizados", define o ator que complementou seu laboratório também com séries médicas americanas como "House", "E.R." e do filme "Patch Adams - O Amor é Contagioso", de Tom Shadyac.

Na trama de Walther Negrão, o personagem de Eduardo é um rapaz que cresceu no orfanato do Padre Emílio (Otávio Augusto) deixado lá pelo tio, o comerciante Mamed (Yunes Chami). Já maior, foi estudar Medicina fora da cidade e só retornou para a região do Araguaia quando a ex-namorada de infância Manuela (Milena Toscano), avisou de uma vaga no posto médico da localidade. "O fato do meu personagem ter sido criado em um orfanato deu a ele uma maior amplitude de humanidade", comenta.

Antes de iniciar a carreira de ator, Eduardo Coutinho saiu de sua cidade natal e foi morar longe da família aos 16 anos em Vitória, capital do Espírito Santo. Aos 19, se mudou para o Rio de Janeiro para cursar Engenharia de Alimentos em uma universidade federal. Quando percebeu que aquela não era a carreira que gostaria de seguir, ele foi encontrando nos trabalhos de modelo uma forma de conseguir se manter financeiramente. Entre um comercial e outro, a aproximação com o vídeo aumentou e ele decidiu então pela profissionalização. "Comecei em um curso com aulas uma vez por semana. Tomei gosto e aumentei para três vezes. Quando vi, já estava fazendo Oficina de Atores da Globo", conta Eduardo que ficou sete meses na oficina.

A estreia na TV aconteceu na novela "Passione", de Silvio de Abreu. Eduardo foi um dos belos rapazes "atacados" pela personagem Stella Gouveia (Maitê Proença). Ele apareceu nos primeiros capítulos da novela como um rapaz que conhecia a dondoca na praia e sem apresentações os personagens protagonizaram cenas quentes. "A tranquilidade que a Maitê me passava, os conselhos dados pela diretora Denise Saraceni, um câmera me falando 'irmão mexe aqui nela', 'se liga ali com isso'. É uma exposição que requer cuidado e um tratamento diferenciado. Foram grandes experiências do trabalho. Eu parava e pensava: caramba, que legal que estou aqui! Cheguei!", lembra o ator.

Para o Eduardo, a autocrítica é uma constante em seu trabalho, mas tudo sem exageros. Segundo ele, às vezes a ansiedade por conhecimento o coloca na situação de análise criteriosíssima. "Tenho vontade de fazer sempre melhor, mais inteiro, mais simples, enfim, faço de tudo para chegar melhor preparado em cena", explica ele, que acredita que, no dia em que a ansiedade acabar, é o momento de parar o ofício da interpretação.

Hoje, aos 27 anos, Eduardo Coutinho quer se firmar mais na carreira de ator, mas sem deixar os trabalhos de modelo. Para ele, uma função não inibe a outra. "O meu foco é atuar", garante ele que não esconde a felicidade em viver um personagem tão "do bem" quanto o Ricardo de "Araguaia". "Tento imprimir humanidade nele", diz o ator que torce para que o romance entre seu personagem e Ametista (Nanda Lisboa) evolua. "Tudo pode mudar. Não tenho como saber. Isso fica para o autor Walther Negrão e os colaboradores dele", despista, aos risos.

(Por Gabriel Sobreira)

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