Em "Passione", Marcelo Médici mistura comédia, drama e vilania

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    O ator Marcelo Médici em cenário de "Passione" (2010)

    O ator Marcelo Médici em cenário de "Passione" (2010)

A comédia deu notoriedade a Marcelo Médici. O curioso é que com quase 20 anos de carreira e cerca de 40 espetáculos teatrais no currículo, poucos foram relacionados ao gênero.  Em 1998, inclusive, chegou a ganhar o prêmio Multishow do Bom Humor por "stand up comedy". "Depois fui fazer 'A Praça é Nossa'. Adorei e tenho muito orgulho, mas passar muito tempo fazendo a mesma coisa não dá. Quis ser ator para brincar de ser vários", conta. Em sua terceira novela na Globo, Marcelo se mantém no humor. Mas na pele do carteiro Mimi, de "Passione", tem possibilidade de mostrar outras faces. "O Mimi é uma montanha russa de interpretação. Ele tem uma parte dramática, algo de vilania e momentos muito humanos", aponta.

Para alguns atores, interpretar em uma língua estrangeira seria a parte mais difícil de um personagem italiano. Já para Marcelo, isso não foi um problema. É a complexidade do personagem que faz desse trabalho o mais difícil de sua carreira na televisão. "Tenho uma facilidade grande com idiomas. Sinto que as pessoas aprenderam a compreender essa música que é o italiano", analisa. Quando sai às ruas, ele é constantemente abordado por italianos e recebe boas críticas quanto ao sotaque. "Sou desconfiado com elogios. Sempre acho que estão fazendo só para me agradar, mas estou feliz com o resultado", garante.

Você tem diversos trabalhos na comédia, como o Zoinho de "A Praça é Nossa" e o Fladson de "Belíssima". O que o Mimi traz de novo para sua carreira?
O Mimi tem um leque muito variado. É uma montanha russa de interpretação, porque não se sabe o que vem. Ele tem uma parte dramática, algo de vilania e momentos mais humanos, mas tudo calcado na comédia. Essa é minha terceira novela, não fiz muita coisa, mas é o papel mais difícil que já interpretei.

Qual o traço você considera mais complexo no personagem?
É essa questão de ele ser apaixonado tão loucamente pela Agostina. Acho difícil compreender essa paixão. Tive essa obstinação na minha carreira. Mas nas relações interpessoais, sejam de amizade ou amorosas, acho difícil uma pessoa ser tão maluca por outra que diz que o não quer. É quase uma loucura. Mas, do ponto de vista do ator, é lindo, é poético. Ele enganou o diabo por causa dessa mulher, vendeu a casa para ir atrás dela no Brasil. Isso é bonito.

Como foi o processo de composição para interpretar o Mimi?
Eu foquei mais na característica italiana. Procurei entender o que é um italiano. Eles são mais quentes, mais intensos, são dramáticos. Não procurei assistir nada para inspirar. O engraçado é que só depois de algum tempo gravando a novela, quando o Mimi já estava esboçado, fui assistir "A Vida é Bela". Tem também a música "Be Italian", do musical "Nine", que fala do que é ser italiano, que é ser gentil, tratar bem uma mulher, ser apaixonado.

Em seus quase 20 anos de carreira, você ficou conhecido principalmente pelos trabalhos cômicos. Alguma vez temeu em ficar tachado como ator de comédia?
Realmente é muito chato isso de fulano faz comédia, sicrano é ator dramático. Não sofro com isso porque estou de bem com a comédia. Já tive essa crise há algum tempo. Como fiz alguns trabalhos cômicos de sucesso, acaba dando essa impressão de que só faço comédia.

(Por Natália Palmeira)

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