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31/08/2009 - 00h15

Um novo e disputado domingo na TV

Flávio Ricco
Colaborou José Carlos Nery

Tudo que se esperava de novidade na televisão, neste final de semana que passou, se resumiu às estreias de Eliana no SBT e Gugu na Record. No mais, nenhuma surpresa. A Globo, líder absoluta, continuou tocando a sua vidinha, como se nada estivesse acontecendo nas duas concorrentes mais próximas.

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    A apresentadora Eliana (à esq.) e o apresentador Gugu Liberato em suas estreias dominicais


Coube ao "Domingo Legal", sob o comando de Celso Portiolli, abrir os trabalhos do dia. Fora do horário mais acirrado de disputa, o programa cumpriu a sua tabela de sempre. Não apresentou nada de excepcional em relação ao seu passado, mas dentro de limites bem conhecidos, fez o que dele pode se esperar. E nada mais que isto.

Os momentos que antecederam à estreia do programa Eliana, no SBT, também. Como se tivessem combinado que o público alvo era o infanto-juvenil, Globo e Record escalaram grandes animações do cinema, respectivamente, "Shrek e "A Era do Gelo". Enquanto isso, fazendo sala de espera e se preparando para passar o bastão, a emissora de Silvio Santos apostava no quadro "Construindo um Sonho", no "Domingo Legal", com Celso Portiolli.

Na Record, o "Tudo é Possível" anunciou Ana Hickmann como "a dama de vermelho" e o programa começou com a exibição "dos vídeos que estão bombando na internet", todos também na direção do telespectador juvenil - e, com problemas de resolução. Não era boa a qualidade de imagem. Além de números de mágica, a "Fazenda", representada pelos seus finalistas Dado Dolabella e Danni Carlos, não poderia faltar.

Todos as atenções, do meio da tarde em diante, continuaram no SBT para o primeiro programa da Eliana e com um diferencial que acaba jogando diretamente contra ele: tudo gravado. Nada ao vivo. Isto, num domingo de briga, pode significar um prejuízo de pelo menos dois pontos na sua audiência.

O público foi levado a se acostumar que, programa bom no domingo, tem que ser ao vivo.

Anunciada para as 3 da tarde, Eliana entrou 15 minutos antes, muito provavelmente para surpreender Globo e Record. Lamente-se que, quando assim procedem, em suas estratégias de programação, as emissoras esqueçam de avisar quem está em casa.

A menina Maisa, até então proibida pelo dono Silvio Santos de participar de qualquer outro programa que não fosse o seu , foi a primeira convidada. Apareceu em casa, no palco e gravando o seu CD. Depois foi emendada pelo esmerilhado, mas convincente na audiência, "Calypso".

Muito se falou do cenário da Eliana, que realmente é bonito. Foge do usual no SBT. Para o seu fundo laranja não foi encontrada a luz ideal. Em várias oportunidades a apresentadora teve a sua pele avermelhada.

À noite, na Record, finalmente, a estreia do Gugu.

Sabe aquele jogador que quando entra em campo obedece fielmente as orientações do seu treinador, tem uma regularidade e se destaca? E nem por isso pode ser considerado óbvio? É o caso de Gugu Liberato, que estreou na Record também neste domingo (30). Há uma tática previamente decidida. Para ser mais claro: com uma nota de dois reais, a Record mobilizou milhares de pessoas no país, levou o Blue Man Group ao palco e também artistas do seu elenco; mas a principal ferramenta de Gugu continua sendo a emoção aliada a doses de entretenimento. É a sua praia.

Podem colocar mil coisas ou quadros, no entanto, ele é sempre muito fiel ao caminho que o consagrou. Dá, certamente, uma olhadinha para o lado, mas, repito, não desvia o foco.

Oferecendo casas, quantias em dinheiro, promovendo reencontros, ele se diferencia dos demais investindo na emoção. Gugu Liberato sabe fazer. Justiça seja feita: ele aprendeu bem a fazer a lição de casa. E aprendeu com quem é considerado o melhor de todos, Silvio Santos, mas que hoje não vive seu melhor momento na televisão.

Ontem, a Record colocou um aparato sem igual à sua disposição. É provável que esse gás venha a diminuir nos próximos programas - afinal, são oito anos de contrato.

No domingo, pelo que se viu, as opções passam a ser a mais variadas. E isso é o que a televisão brasileira tem de interessante. Há tanta coisa ruim em vários horários, mas os seus responsáveis parecem que combinam em programar o que consideram os melhores produtos sempre para o mesmo dia e horário.

De qualquer forma, a competição aos domingos se acentuou de maneira bem considerável. Uma competição saudável. E o público sempre acaba ganhando com ela.



Email: colunaflavioricco@uol.com.br

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