Nesta quinta-feira (6), o apresentador fez, até onde me lembro, a intervenção mais drástica na história do programa, ao provocar uma discussão sobre homofobia com Diego e Cássio. Sob o argumento de que não foi possível mostrar a conversa sobre o assunto ocorrida na véspera, o apresentador questionou os dois, ao vivo, antes da prova do líder.

 

Diego havia dito, na conversa na noite de quarta-feira: "Homem com homem é nojento. Se ver na balada, eu viro as costas e saio". Ressalvando que não tem preconceito, também disse acreditar que crianças adotadas por pais gays podem ser influenciadas negativamente. 

 

Cássio, que já falou ter um irmão homossexual, não gostou da conversa: "Eu fiquei muito p***. É porque não dá para enfrentar (o Diego). Ele está sempre certo. Se isso não é preconceito, é o quê?", disse depois.

 

Bial, primeiro, tentou que Cássio explicasse por que se aborreceu com Diego, mas o candidato teve dificuldades de expressar o seu descontentamento. "Não que seja um preconceito, mas eu me senti mal". 

 

Em seguida, o apresentador questionou o autor dos comentários de cunho homofóbico, que insistiu no argumento de que não tem preconceito. E repetiu. "Eu só disse que uma criança com duas mães ou dois pais poderia interferir no psicológico dela, no crescimento desta criança. Foi só isso", afirmou Diego.

 

O apresentador, então, falou: "Lembrando que o desejo de ter um filho já é uma coisa rara entre casais héteros. O desejo de adoção é algo precioso e muito raro. Se tem duas pessoas que tem esse desejo, essa criança tem uma grande chance de ter uma educação cheia de amor, respeito e cuidado."

 

Ainda que a causa seja justa, a intervenção de Bial, da forma como foi feita, expõe Diego de forma muito negativa. Também acho estranho que comentários de cunho racista, feitos por alguns participantes, jamais tenham sido objeto deste tipo de ação do apresentador do programa.

 

Durante o "BBB10", em resposta a vários comentários de Marcelo Dourado entendidos como homofóbicos, Bial fez uma intervenção parecida, porém mais leve. Ele não  falou diretamente com os candidatos, mas apenas com o público. 

 

Na ocasião, disse: "Por ser um programa sem roteiro, os candidatos às vezes fazem afirmações impensadas". Falou ainda: "Não representam a posição da Globo". E acrescentou que a programação da emissora é orientada pelo "respeito à diversidade e a repulsa ao preconceito".