18/01/2010 - 11h50

Comparado ao BBB, Fazenda parece uma casa de repouso

MAURICIO STYCER
Crítico do UOL

Na hora da roça, Cacau Melo diz que Mateus Rocha tem um grande coração (18/01/2010)

Eles se beijam e se abraçam protocolarmente ao fim de cada atividade. Profissionais, conseguem quase sempre disfarçar ou reprimir os seus principais sentimentos. Há mais de dois meses, sem reclamar, dedicam-se a deixar o tempo passar. Estão ganhando cachê para isso. O mais esperto vai faturar R$ 1 milhão; os demais, sonham conquistar uma chance na próxima novela.

Comparados à fauna que ocupou a casa do BBB, os candidatos que restaram nesta reta final de “A Fazenda” parecem tios numa casa de repouso. Depois da eliminação da tia boca suja (Cacau), restam a tia só sorrisos (Karina), o tio malaco (Leozinho), o tio chato (André), o tio tímido (Mateus) e o tio maluquete (Igor).

E resta o público, que resiste, a despeito das seguidas demonstrações de desrespeito da Record. Neste domingo, por exemplo, “A Fazenda” começou às 23h30, com uma hora de atraso em relação ao horário programado. Por duas vezes, em intervalos do Gugu, Britto veio a público informar que o reality seria “imperdível” e estava “incrível”.

No lugar de fazer um resumo dos principais acontecimentos ou explicar as razões que levaram Cacau, Karina e Mateus à roça, como é de praxe aos domingos, o programa optou por promover um jogo, ao vivo, no qual o vencedor ficaria com um carro.

O publico perdeu, assim, a chance de rever alguns bons momentos do reality. Mateus, num raro instante de descontração, deu uma cantada em Cacau e ouviu dela: “Ah, Mateus, que lorota...” Igor Cotrim, como de hábito, deu vários shows. Primeiro, imitando o roqueiro Serguei, beijou até as plantas da casa. Depois, no papel de Juca Chaves, “cantou” para as ovelhas a música com que Andre Segatti tortura diariamente os seus colegas.

Ao final, numa comovente confissão dos seus objetivos no programa, Mateus rogou a Cacau: “Que a gente possa em breve trabalhar numa novela juntos.”

Mauricio Stycer é repórter especial e crítico do UOL. Jornalista desde 1986,
já trabalhou no "Jornal do Brasil", "Estadão", "Folha de S.Paulo", "Lance!",
"Época" e "CartaCapital", entre outros.

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