Mais "mansa", como observou Britto Jr., Monique Evans sobreviveu a uma votação
Monique Evans inaugurou um triste ritual na terceira edição da “Fazenda”. Eliminada logo na primeira votação, ela abriu a porteira para que, uma a uma, as celebridades mais conhecidas fossem enxotadas pelo público, até sobrar no final, com R$ 2 milhões na mão, um modelo que ninguém conhecia, chamado Daniel Bueno.
O temor que este fenômeno se repetiria na quarta edição foi, aparentemente, afastado. Tendo a opção de eliminar Monique, que voltou à “Fazenda”, ou a ex-garota de programa Raquel Pacheco,, a Bruna Surfistinha, o público escolheu mandar embora François, um modelo com perfil semelhante ao vencedor da edição passada, ou seja, um ilustre desconhecido.
Com 58% dos votos, François despediu-se na noite de quinta-feira, deixando no ar uma dúvida: o que mudou?
O apresentador Britto Jr. observou que Monique o surpreendeu pela “mansidão” nesta volta. Depois de protagonizar brigas e escândalos terríveis na primeira participação, a “titia” reapareceu de fato um pouco mais calma, como se estivesse tentando convencer o público de que acabou de chegar de um retiro espiritual.
Para um programa que está sofrendo com a perda de audiência, a sobrevivência de Monique deve ter sido recebida com alívio. O potencial de fazer barulho da ex-modelo é muito maior do que o de François.
Ao sublinhar, por exemplo, os barracos de Joana Machado e as reclamações de Taciane Ribeiro (ambas com imagens negativas), a edição da “Fazenda” deixou Monique em segundo plano nestas duas primeiras semanas.
É verdade que Dinei e João Kléber também brilharam no período, mas de forma positiva – o primeiro com suas brincadeiras e o segundo esforçando-se para agradar a todos.
Ou foi o público que mudou? Será que os espectadores entenderam que, para o bem da diversão, é preciso preservar quem tem mais condições de nos fazer rir? Em vez de proteger os que “merecem” mais o prêmio, por terem menos recursos ou fama, será que o público optou por ver o circo pegar fogo? Veremos.
Mauricio Stycer é repórter especial e crítico do UOL
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